LANÇAMENTO DO RELATÓRIO: ‘Favelas na Mídia: Comparando a Cobertura de Favelas por Oito Meios de Comunicação Globais’

Click Here for English

LANÇAMENTO

10 de julho de 2018—A Comunidades Catalisadoras (ComCat) anuncia a publicação de um novo relatório sobre como as favelas do Rio são representadas na mídia internacional. Tendo como base nosso estudo sobre as tendências gerais de oito veículos de mídia globais de 2008 a 2016 (lançado em dezembro de 2016), esta nova versão divide os dados por veículo, comparando as principais publicações entre si e a matérias escritas por jornalistas de favelas.

Clique aqui para ver o relatório completo.

Jornalistas e editores do The New York TimesThe Wall Street Journal, USA TodayThe GuardianDaily MailThe TelegraphAssociated PressAl Jazeera podem ver como seu trabalho se compara aos dos outros. Por exemplo, o The Guardian e o The Wall Street Journal diminuíram o uso de palavras estigmatizantes como “slum” e “shantytown” ao longo dos anos, enquanto outros veículos não mostraram uma tendência similar. Descobrimos que 62% das matérias no USA Today deixaram uma impressão esmagadoramente negativa das favelas, em comparação com 34% das matérias do The New York Times e apenas 12% das matérias, publicadas nesses oito veículos, que foram escritas por jornalistas moradores de favelas.

Nossos resultados mostram que nenhuma publicação pontuou bem em todos os indicadores, assim como nenhuma publicação isolada foi a pior em todas as pontuações. Como resultado, cada veículo tem pontos fortes e áreas que precisam ser melhoradas. Para cada uma dessas áreas, nossos dados provam que tal melhoria é possível, porque um ou mais de seus pares já está conseguindo fornecer retratos mais precisos, balanceados e produtivos.

As diferenças entre o conjunto de dados dos escritores de favelas e o resto são frequentemente dramáticas. Não estamos sugerindo que todas as matérias da grande mídia têm a obrigação de ou deveriam reproduzir o que os escritores das favelas fazem, mas acreditamos que a drástica divergência entre as tendências da grande mídia e as tendências dos escritores de favelas demanda que os jornalistas e editores da grande mídia façam uma pausa e reflitam sobre porque estas diferenças existem. Se 65% das matérias dos escritores de favelas deixam uma impressão neutra das favelas, e mais matérias de escritores de favelas deixam uma impressão positiva do que negativa, o que significa ter todos os principais meios de comunicação estudados publicando mais matérias que deixam uma impressão negativa do que aquelas que são positivas? Todas as dezessete matérias de escritores de favelas reconhecem a violência generalizada que existe na cidade do Rio e que afeta desproporcionalmente as vidas dos moradores de favelas, mas também dedicam bastante espaço para discutir a cultura das favelas, as iniciativas dos moradores de favelas para melhorar os seus bairros, as críticas dos moradores a políticas públicas, e os altos e baixos regulares do cotidiano. O que impede que os meios de comunicação internacionais dominantes façam o mesmo?

Convidamos jornalistas, editores e outros leitores interessados a entrar em contato conosco em imprensa@comcat.org ou tuitar @ComCatRJ com a hashtag #FavelasNaMídia para compartilhar as suas respostas a estas perguntas e outras reflexões sobre o relatório. Contem-nos como vocês planejam mudar a maneira de retratar as favelas do Rio. E agradecemos se puderem divulgar esse relatório por toda parte, utilizando-o como ferramenta para debater representações das favelas, o papel da mídia e como podemos colaborar melhor para retratar de forma apropriada essas e outras comunidades ao redor do mundo, de forma a fomentar um desenvolvimento comunitário baseado em ativos.

Clique aqui para ler o relatório completo.

Oferecemos um agradecimento especial a Luisa Ulhoa, designer responsável por esse lindo relatório, e SurveyMonkey que proporcionou a ferramenta de análise.