Desde 2004, a Comunidades Catalisadoras tem trabalhado com visitantes de departamentos universitários, pesquisadores de pós-graduação, jornalistas, conferencistas e grupos de voluntários para proporcionar visitas educativas a favelas em todo o Rio de Janeiro.
Em associação com parceiros da comunidade local, já levamos mais de 1.500 visitantes de 20 países a uma ampla gama de favelas: ‘pacificadas’ e não pacificadas, economicamente vibrantes e residenciais, pequenas e grandes, novas e antigas, íngremes e planas. Nosso objetivo é que os visitantes se envolvam com as favelas que eles visitam, seja através de serviço voluntário direto, publicação de artigos expressando as preocupações da comunidade, apoiando pesquisas relevantes, ou na contínua sensibilização para os problemas enfrentados pelos moradores das favelas, mesmo depois de sua partida.
Quando guiados por lideranças locais, ao invés de grandes ONGs, funcionários do governo ou empresas de turismo, os visitantes ganham uma compreensão mais profunda e completa do caráter único, das conquistas e dos desafios daquela favela, ao mesmo tempo em que beneficiam a comunidade local. As lideranças locais sabem tudo sobre a comunidade, desde sua geografia e demografia, até como a infraestrutura e política funcionam, além dos locais mais efervescentes e os motores culturais que impulsionam a comunidade. Principalmente, eles têm uma visão que pode passar desapercebida por outras pessoas, ou que outros guias simplesmente não possuem, permitindo aos visitantes ter uma visão mais verdadeira das dinâmicas locais. Eles, em suma, são os guias mais adequados para as favelas do Rio de Janeiro.
Uma visita comunitária típica leva 4 horas, incluindo o tempo de transporte, mas visitas mais curtas ou longas podem ser organizadas com base nas necessidades dos participantes. A visita inclui uma conversa com a equipe da ComCat sobre o contexto mais amplo político, cultural, social e econômico do Rio e um olhar direto sobre os detalhes da comunidade em questão, através dos olhos de líderes locais.
A ComCat sugere doações de 60 a 80 dólares por visitante (US$80 por visitante para grupos de 1-9 pessoas, US$ 70 por visitante para grupos de 10-19, e US$ 60 por visitante para grupos com mais de 20 pessoas). As doações são divididas igualmente para beneficiar a organização comunitária que está recebendo os visitantes e compartilhando as histórias de sua comunidade, e a Comunidades Catalisadoras que organiza a visita e fornece informações contextuais e tradução (para o inglês) por toda a visita. A doação toda apoia diretamente as favelas do Rio.
Se você estiver interessado em saber mais ou agendar uma visita a uma comunidade, entre em contato conosco no visit@catcomm.org, fornecendo as seguintes informações:
Nós, então, responderemos sugerindo a visita apropriada e em seguida coordenaremos com as lideranças locais a elaboração da sua visita.
Textos que criticam os ‘tours de favela’ típicos.
Em português:
Em inglês:
O que nós oferecemos não são ‘tours de favela’ e sim visitas educativas para universidades e jornalistas. Esperamos que todos os visitantes se engajem com a comunidade durante e após a sua visita e que a consciência gerada seja levada com eles para todo o mundo. Nós também encorajamos você a ler com antecedência sobre os acontecimentos atuais da comunidade que você irá visitar procurando por ela no RioOnWatch.
A ComCat já organizou visitas para: Escola de Pós-Graduação em Artes da Universidade da Pensilvânia, Escola de Pós- Graduação em Design de Harvard, Escola de Negócios da Universidade de Carolina do Norte; CIEE; Departamento de Arquitetura da Universidade Estadual de Montana; Institute for Management Development; Universidade de Delaware; Departamento de Antropologia da Universidade de Syracuse; Carleton College; Relações Internacionais da Escola Sam Nunn da Georgia Tech; Augustana College; Seminário Teológico Presbisteriano de Louisville; Escola de Planejamento da Universidade de Cincinnati; Universidade de Yale; Universidade Internacional da Flórida; Câmara de Comércio de Dayton – Ohio, NuVu Studio, Projeto Odyssey e conferencistas do Fórum Urbano Mundial em 2010 e do Rio +20 – Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente em 2012.
“O profissionalismo e paciência com que a equipe da ComCat organizou nossa visita à Rocinha foi excepcional. Eu estava trocando emails para finalizar as questões logísticas até, literalmente, horas antes da visita acontecer. Senti como se a visita do nosso grupo fosse a prioridade número um da organização, apesar do nosso pedido ter sido feito em cima da hora… Nosso grupo de viagem, membros da Câmara de Comércio da Região de Dayton, de Dayton, Ohio, estava visitando o Rio de Janeiro com tours e excursões organizados por uma companhia de tourismo global. Em meio às visitas aos pontos turísticos da Cidade Maravilhosa, os tours não incluíam uma visita aprofundada a nenhuma favela. Em vez disso, olhávamos para as favelas à distância enquanto passávamos por elas em nosso ônibus confortável, com um sentimento geral, expresso por nossos guias, de desdém, vendo-as como “bairros de pobres”. Antes da minha visita, eu havia ouvido as favelas serem descritas de tal forma, mas não pude deixar que uma descrição como essa ficasse na minha cabeça sem que eu visse com meus próprios olhos os moradores e suas vidas rotineiras. Com toda a franqueza, um dos guias avisou que se realmente quiséssemos visitar [uma favela] seria bom ter um guia de confiança. Isso pareceu de bom senso… E foi aí que entraram a extraordinária equipe da ComCat e o líder comunitário da Rocinha, possibilitando que aqueles do nosso grupo que participaram da visita tirassem suas próprias conclusões; em resumo: desmascaramos o mito prevalescente de que favelas são guetos de pobreza.” – Justin Smith, Câmara de Comércio de Dayton
“Durante a nossa viagem de estudos no exterior, nosso grupo de estudantes e professores de arquitetura teve a oportunidade de visitar três favelas no Rio: a Vila Autódromo, Santa Marta e o Morro da Providência. As três visitas foram organizadas pela ComCat. Eu fiquei profundamente comovida com o que vi nas favelas e as nossas vivências lá me fizeram reavaliar seriamente a direção que estou tomando na prática arquitetônica. Fiquei particularmente interessada no conflito que se desenvolveu com a tentativa da Prefeitura de remover as pessoas que moram na Vila Autódromo a fim de seguir com o Plano Olímpico. Agora eu pretendo focar o meu trabalho de pesquisa em torno de propostas de planejamento urbano que poderiam balancear os interesses da Prefeitura e os interesses das pessoas que vivem na Vila Autódromo. A vontade das pessoas, seu senso comunitário e sua ingenuidade criaram uma comunidade segura com uma identidade singular. Este caso realça várias concepções erradas sobre a vida nas favelas e demonstra a falta que fazem organizações como a ComCat para ajudar a empoderar pessoas e dá-las uma voz na luta contra governantes que estão dispostos a removê-los de suas casas e da área na qual investiram tanto.” – Sam Martinez, estudante de pós-graduação, Montana State University
“Como parte de um curso de Imersão Mundial no Brasil, estudantes do mestrado em administração de empresas da Kenan-Flagler Business School da Universidade da Carolina do Norte têm visitado a comunidade de Asa Branca nos últimos seis anos. Acompanhados pelos nossos bons amigos da ComCat a gente vem acompanhando o desenvolvimento da comunidade ao longo dos anos. A observação mais notável, ano após ano, é a alegria e otimismo que vemos e sentimos dentro da comunidade. Novas casas são construídas, novos negócios abrem suas portas e os sorrisos das crianças surpreendentemente crescem todos os anos. Vimos algumas das crianças virarem jovens homens e mulheres envolvidos com estudos, esportes e a comunidade. É um prazer ser testemunha de um projeto de desenvolvimento tão próspero.” – Mabel Miguel, professora de Comportamento Organizacional, Kenan-Flagler Business School, Universidade da Carolina do Norte
“A visita à Rocinha hoje superou nossas expectativas. Fomos a todos os lugares possíveis, vimos áreas muito diferentes e tivemos muita interação com pessoas locais. Tivemos uma demonstração de percussão por três jovens em uma laje, pudemos admirar um artista de rua grafitando, e durante todo o caminho tinha crianças sorrindo para nós, alguns moradores pedindo à gente para voltar… Mas tudo isso só aconteceu por causa da presença de Carlos, que tem muito carinho pela comunidade da Rocinha, e sua ótima relação com a ComCat. Os dois cuidaram muito bem de nós.” – Sophie Clark
“A visita à Vila Autódromo nos proporcionou uma experiência de abrir os olhos que nos permitiu obter um entendimento das favelas com mais nuances. Se não fosse pela visita à comunidade, uma das poucas favelas pacíficas, e uma que não está em área de risco ambiental, eu talvez tivesse deixado o Rio perpetuando o estereótipo das favelas: que são todas impregnadas de violência e caracterizadas por condições de vida impróprias. Depois de falar com líderes comunitários, eu aprendi que a comunidade não tem vontade de se mudar para outra área, embora tenha recebido uma oferta de compensação para a realocação.” – Rebecca Lazarovic, pesquisadora da iniciativa CURA / ARUC, McGill University School of Urban Planning
©2024 Atribuição-Uso não comercial-Compartilhamento pela mesma licença